De acordo com o sociólogo Marcos Lupércio Ramos, um grupo de fatores interliga os dados e causam o aumento no número de óbitos. Entre eles está o envelhecimento da população e doenças que acometem a terceira idade. “A região de Prudente apresenta hoje um ápice no número de idosos e isso reflete nos dados divulgados pela Fundação Seade. Nos anos passados, por exemplo, os idosos foram muito afetados com doenças como a dengue, pode ser que haja uma ligação”.
Ainda conforme Marcos, o desemprego e o sistema de saúde público estão relacionados com as possíveis causas. “A falta de renda faz com que as pessoas cancelem planos de saúde. Nestas famílias há idosos que precisam de atendimento, e isso faz com que eles tenham que aderir ao SUS [Sistema Único de Saúde]. O atendimento não é ruim, mas a sobrecarga e grande demanda são as causadoras da crise no sistema de saúde”, considera.
Região em números
Entre as cidades que apresentam o crescimento na taxa de mortalidade geral está Santo Anastácio, que registrou aumento, em 10 anos, de 29,39%. Em 2006, o município contabilizou 7,79 mortes por mil habitantes e, em 2016, chegou a 10,08 falecimentos. Conforme o secretário de Saúde da cidade, Norivaldo Antônio Bariani, é preciso levar em conta a informatização dos dados, feita nos últimos anos, que, segundo ele, influencia nos resultados. “O registro sistemático dos óbitos possibilita o acompanhamento dos números e causa, à primeira vista, uma sensação de descuido por parte do município, o que não é a realidade”, ressalta. Ainda conforme Norivaldo, a saúde pública representa outro fator relevante, já que os recursos disponíveis são “muito pequenos, por mais que o atendimento seja eficaz”.
Presidente Prudente, por sua vez, apresentou aumento de 28,18% no período compreendido entre 2006 e 2016. Respectivamente, os dados apontam para 6,35 e 8,14 mortes por mil habilitantes. O secretário de Saúde do município, Valmir da Silva Pinto, afirma que os fatores não estão ligados à área da saúde e acredita que esta é uma tendência às cidades da região. “A morte continua como um padrão, não há como evitar. Aliada a isso, está a taxa de natalidade, que diminui cada vez mais em todo o país. Não tem como atribuir o aumento das mortes ao sistema de saúde, que é considerado um modelo em toda a região. Os fatores são diversos e gerais”, acrescenta.
Menor taxa
Na contramão dos dados regionais, a cidade que apresentou a menor taxa de mortalidade em 2016 e registrou queda no período de 10 anos, foi Sandovalina. Em 2006, o município contabilizou 5,2 mortes por mil habitantes e, em 2016, foram 4,74, o que representa a queda de 8,84%.
A secretária de Saúde do município, Mariana Salatini de Lima, atribui os dados ao tratamento eficaz de doenças que, nos últimos anos, provocaram óbitos na cidade. “Trabalhamos em cima do que estava causando mortes, como as doenças cardiovasculares. O acompanhamento e tratamento, na maioria dos casos, foram eficazes e auxiliaram nos números. Acredito que a qualidade de vida tem aumentado aqui também, pois as pessoas se conscientizaram da importância de atividades físicas, que trazem resultados em longo prazo”, expõe.
DADOS DA 10ª REGIÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO
Região de Presidente Prudente
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Períodos
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Taxa de Mortalidade Geral (por local de residência) (por mil habitantes)
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Taxa de Mortalidade Infantil (por mil nascidos vivos)
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Nascidos Mortos
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Nascidos Vivos (por local de residência)
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2006
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6,84
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13,51
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73
|
10511
| |
2015
|
7,72
|
9,87
|
79
|
10431
| |
2016
|
8,35
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12,22
|
97
|
10307
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Fonte: Fundação Seade com O Imparcial
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