Em contrapartida, o sindicalista justifica que a perda estimada para os primeiros seis meses do ano foi menor do que a cogitada para o segundo semestre, por conta de feriados que dão fôlego ao comércio, como o Dia das Mães, a segunda data mais lucrativa do ano, após o Natal. Apesar do “rombo” de R$ 37,4 milhões ser considerado “significativo”, já que é 17,4% maior do que o projetado para o mesmo período de 2016, Vitalino aponta que especialmente o último trimestre do ano é satisfatório para o setor varejista, considerando que são os meses em que há a melhora no quadro de empregos e renda da população.
O representante acredita, no entanto, que o número de feriados em um ano deveria ser revisto, posto que, além dos nacionais, há os estaduais e municipais, que também “estacionam” os estabelecimentos. Como muitos deles caem durante a semana, são sucedidos pelas pontes, que reduzem a movimentação por mais de 1 ou 2 dias. “Há aquelas situações em que as portas são fechadas na quinta e só voltam a abrir na segunda-feira. Em um cenário de crise, isso gera um prejuízo de vendas muito grande”, avalia. Para Vitlaino, a solução seria estabelecer um acordo entre lojistas, sindicato e MPT (Ministério Público do Trabalho) para que determinados feriados fossem “excluídos” da programação do comércio varejista.
O presidente do Sincomércio conta que, hoje, os comerciantes têm a liberdade de abrir seus empreendimentos nos feriados, desde que regularizem esse acordo, contudo, tal decisão acaba não sendo rentável. “Não adianta você abrir de forma isolada. Se todos os outros estabelecimentos estão fechados, as pessoas não se sentem motivadas a procurar o centro comercial e o comerciante perde com isso”, pondera.
Vitalino destaca ainda que já está em discussão a possibilidade de elaborar algum modelo que dê a oportunidade de funcionamento geral nos feriados e pontes, priorizando a interrupção dos serviços em datas de maior relevância, como o Natal e o ano-novo, que exigem um descanso mais prolongado. “A partir desta convenção coletiva, os comerciantes poderão calcular os direitos dos funcionários e abrir suas lojas tranquilamente. Ressalto que o colaborador não é obrigado a trabalhar, no entanto, não terá os mesmos direitos que os outros funcionários, como o adicional ou um descanso em outro dia da semana”, pontua.
NÚMEROS
R$ 61,5 mi - é a retração estimada para a região em 2017
R$ 37,4 mi - é a perda com feriados projetada para o 2º semestre
R$ 24,1 mi - foi o déficit com feriados previsto para o 1º semestre
Do O Imparcial com Fecomércio
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