Quem nunca ouviu alguém falar que tem o sonho de ter o próprio negócio? Aqui na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, mais do que discutir sobre os sonhos, as pessoas têm colocado esse plano em prática. Pelo menos é o que mostra os dados do Simples Nacional, ao apontar que, nos últimos 5 anos, o número de MEIs (microempreendedores individuais) triplicou. Os números especificam que em agosto de 2012, no entorno, havia 9.795 novos donos de pequenas empresas. Já neste ano, o último levantamento expõe que, até o mês de agosto, consta a atuação de 33.086 MEIs.
“Não tenha dúvida que a gente vem observando que, ano após anos, sobretudo nos últimos três, há um crescimento significativo no número de MEIs”. É o que diz o gerente regional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), José Carlos Cavalcante. À reportagem, ele classifica que o fenômeno é impulsionado por duas vertentes: a primeira está atrelada à situação econômica do país, em que muitos perdem seu espaço de trabalho e decidem empregar sua renda em um empreendimento, por necessidade. “A grande maioria é reflexo do desemprego, e a região não foge da estatística”, completa.
Por outro lado, a segunda causa é gerada pela oportunidade. Cavalcante expõe que geralmente este grupo de pessoas já está estudando há tempos enveredar em um negócio próprio. “Nesse caso, são alguns trabalhadores autônomos, que identificaram no MEI as vantagens e incentivos para se formalizar, como a legalização que é gratuita, a burocracia é menor, o fato de ter um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), crédito bancário, entre outros”, justifica. Ainda de acordo com o gerente regional, quem vai impulsionado pela oportunidade tem mais êxito em ter sucesso.
E, por falar em sucesso, Cavalcante orienta que os dois primeiros anos de existência são os mais críticos, que devem ser atravessados com mais cautela. “Após esse tempo, as coisas já melhoram e a experiência ajuda. Com 4 anos de exercício, podemos dizer que o sucesso está consolidado”, expõe.
Planejamento
Àqueles que pensam em se formalizar como MEI, ou já estão em processo, o gerente regional do Sebrae listou algumas fases e posicionamentos que devem ser seguidos, para que o êxito em montar o próprio negócio seja certeiro. Na primeira fase, ele expõe que o idealizador deve aperfeiçoar o seu perfil de empreendedor. “Em muitos casos, a mudança é de empregado para empreendedor, ou seja, as preocupações aumentam e a situação muda 100%. Ele deve se aprimorar e se adequar. Existe um mito de que as pessoas já nascem empreendedoras. Mas não, isso vem com a prática”, aborda.
Feito isso, logo em seguida vem a segunda e terceira fases, quando são idealizadas, respectivamente, a escolha por um plano de negócio próprio ou uma franquia, e depois a viabilidade operacional. Cavalcante lembra que ambos têm vantagens e desvantagens: “A franquia possui a questão de continuar um produto ou serviço que já existe. Ao iniciar do zero, ele deve lembrar que não é conhecido e precisará materializar tudo: marca, treinamento de equipe, pensar nos aspectos tributário e jurídico e tudo mais. A viabilidade operacional vem logo após que isso for decidido, pensando na localização, público, parte física, equipe necessária, etc.”, destaca.
Uma vez que tais pontos foram definidos, a quarta fase é marcada pela viabilidade financeira. O futuro empreendedor deve calcular o volume de capital investido versus a lucratividade que ele pretende ter. “Por fim, a quinta fase é a continuidade do plano de negócios, pois ele vai se preocupar com a fonte financeira. Quais recursos ele vai usar inicialmente? Advindo de bancos, terceiros ou renda própria? Além de verificar se o novo negócio tem competência para honrar com os custos para que o empreendimento continue em serviço”, orienta Cavalcante.
O não cumprimento dessas etapas, levando em conta a queda de juros, o mercado consumidor retraído e o desemprego, justifica o fechamento precoce do negócio, segundo o representante do Sebrae.
Microempreendedores individuais
Período
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Número de MEIS
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Agosto/2012
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9.795
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Agosto/2013
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14.335
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Agosto/2014
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19.133
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Agosto/2015
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23.708
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Agosto/2016
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28.277
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Agosto/2017
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33.086
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Fonte: Simples Nacional e O Imparcial
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